O doleiro Dario Messer, apontado como o “doleiro dos doleiros”, foi preso em São Paulo nesta quarta-feira (31), às 16h40, pela Polícia Federal do Rio. Ele foi levado à noite para o Aeroporto de Congonhas e deve ser transferido ainda nesta quarta para a sede carioca da PF.
Messer estava foragido desde maio de 2018, quando foi deflagrada a Operação Câmbio Desligo, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro. A investigação descobriu que doleiros movimentaram US$ 1,6 bi em 52 países. Dario Messer era o principal alvo.
Essa é a primeira vez que Dario Messer é preso. O doleiro responde a inquéritos policiais desde o fim dos anos de 1980. Neste período, movimentou dinheiro de forma suspeita de políticos, empresários e criminosos.
De acordo com o Ministério Público Federal, Dario Messer, juntamente com os colaboradores Tony e Juca Bala, desenvolveu uma complexa rede de câmbio paralelo baseada inicialmente no Brasil e, posteriormente, no Uruguai. Essa complexa rede de doleiros foi utilizada pelo ex-governador Sérgio Cabral, através dos irmãos doleiros Renato e Marcelo Chebar, para enviar recursos ao exterior.
Dario Messer logo após ser preso na tarde desta quarta-feira (31) em São Paulo — Foto: Divulgação
Foragido na casa de amiga
A inteligência da PF descobriu que o doleiro estava em São Paulo no apartamento de uma amiga, Mary Oliveira Athayde. Foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
De acordo com as investigações, Messer vivia entre São Paulo e a tríplice fronteira no Paraguai.
“A Operação Câmbio Desligo atingiu o braço financeiro das organizações criminosas que dilapidam permanentemente o erário. A prisão de Dario Messer vem mais um passo para alcançar a sua desestabilização, retirando do convívio público o cérebro dos doleiro”, disse o delegado Alexandre Bessa, que fez a prisão.
Doleiro é investigado desde os anos 1980
Dario Messer está no radar da Polícia Federal há cerca de 30 anos com citações em inquéritos policiais desde o fim dos anos 80. Já naquela época, o doleiro aparecia como operador de personalidades como o então patrono da Escola de Samba Salgueiro, Waldomiro Paes Garcia, o Miro.
Há 15 anos, a Comissão Parlamentar de Inquérito do Banestado também esbarrou em Messer. Na ocasião, foi descoberta uma movimentação de forma irregular de R$ 8 bilhões, entre 1996 e 2002 ligada ao doleiro. Na ocasião, foi pedido o indiciamento do doleiro que sequer foi preso.
já no escândalo do Mensalão, a PF apontou o doleiro como o responsável por enviar US$ 1 bilhão de forma irregular para o exterior e depositar o valor equivalente em reais em contas para integrantes do PT no Banco Rural.
Dario Messer também apareceu no caso Swissleaks como proprietário de uma offshore no Panamá.
Em maio de 2018, o Fantástico encontrou fazendas do doleiro no Paraguai onde investiu milhões de dólares. Segundo investigadores da Lava Jato, os lucros obtidos pela lavagem de dinheiro e a evasão de divisas no Brasil foram investidos em pastagens e em imensas plantações de eucaliptos.
Fonte: G1
Por – Paulo Lima / CidadeAgoraNews