Uma ação coordenada entre Ministério dos Povos Indígenas, Ministério do Meio Ambiente, Funai, Ibama, Força Nacional e Polícia Federal sobrevoou nesta sexta-feira (10/2) o território Yanomami e identificou uma comunidade de povos indígenas isolados, sem nenhum contato com a sociedade, vivendo a menos de 15km de um ponto de garimpo. As imagens registradas pelo sobrevoo comprovam que os indígenas vivem no local e não estariam longe dali, dada a conservação das malocas que os abrigam e dos alimentos plantados no entorno.
Segundo a Funai, tratam-se de indígenas do povo Moxihatëtëa, isolados, porém monitorados por eles desde 2010. Este foi o primeiro sobrevoo de monitoramento na gestão do Governo Lula, onde foi constatado que novos garimpos se formaram no entorno próximo.
Desde 20 de janeiro, quando o presidente Lula e a ministra dos povos indígenas, Sonia Guajajara, estiveram em Boa Vista para verificar a grave crise sanitária e humanitária que assola os povos indígenas no território Yanomami, diversas ações já foram colocadas em prática pelo Governo Federal. Ações como a criação do Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária no Território Yanomami, num trabalho interministerial que tem levado assistência médica de emergência e mantimentos à região. Como parte da tratativa da crise no território, o Governo Federal atua agora para retirar os garimpeiros que ocupam a região.
“É importante que os garimpeiros saiam logo dali. A presença deles ali traz um risco fatal aos isolados, por isso aqueles que se recusarem a sair devem ser presos pela operação”, disse a ministra Sonia Guajajara.
A operação para retirada de invasores e garimpeiros em território Yanomami é uma iniciativa do Governo Federal em resposta à degradação ambiental causada pela exploração de ouro, que gerou a crise sanitária e de saúde a qual os indígenas Yanomami vem enfrentando.
OPERAÇÃO LIBERTAÇÃO – A Polícia Federal deu início nesta sexta-feira (10/2) às ações de erradicação do garimpo ilegal em terras Yanomami, no âmbito da Operação Libertação. Os trabalhos visam à interrupção da logística do crime, com foco na inutilização da infraestrutura usada para a prática do garimpo ilegal bem como a materialização de provas sobre a atividade criminosa.
A força-tarefa é liderada pela Polícia Federal e composta por Ibama, Funai, Força Nacional e Ministério da Defesa. Nesta fase, a PF atua na interrupção do delito, por meio da destruição de maquinários e meios dedicados ao crime. O objetivo é proteger a população Yanomami e erradicar o garimpo ilegal por completo ao longo de todas as fases da Operação Libertação.
Fonte: Ascom – Ministério dos Povos Indígenas
Por – Everaldo Araujo / CidadeAgoraNews