A procuradora-geral da República Raquel Dodge pediu, na última sexta-feira (16), a condenação do senador Valdir Raupp (MDB-RO) e de seus assessores parlamentares Maria Cléia Santos de Oliveira e Pedro Roberto Rocha. Os três foram denunciados por por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em desdobramentos das investigações da Operação Lava Jato. Dodge pede 12 anos de reclusão ao emedebista e pagamento de multa de 1 milhão de reais.
Valdir Raupp é acusado de recebimento de propina de 500.000 reais por meio do esquema de corrupção estabelecido na Diretoria de Abastecimento da Petrobras. O valor foi pago pela empreiteira Queiroz Galvão, sob o disfarce de doações eleitorais “oficiais” para a campanha de 2010 ao Senado. Maria Cléia e Pedro Roberto teriam contribuído para o recebimento da propina. O senador foi para o banco dos réus em março de 2017, após decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na peça, Raquel Dodge alega que Raupp usou o mandato e sua influência política para solicitar vantagem indevida a Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e um dos primeiros delatores da Lava Jato. Em outro trecho da manifestação ao Supremo, a procuradora-geral considera que o senador ”traiu seu mandato e descumpriu a função constitucional de mais alta relevância dele esperada: zelar pela moralidade administrativa, zelar pela patrimônio público”.
Por ser senador, Valdir Raupp tem direito ao foro por prerrogativa de função, o foro privilegiado, e, portanto, será julgado pelo STF. Vale ressaltar que, em pouco mais de quatro anos de Operação Lava Jato, a Corte não concluiu o julgamento de nenhum político réu pelo esquema de corrupção da Petrobras.