O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reiterou que o país fez certo em retirar os militares americanos ainda em solo afegão, o que abriu caminho para a tomada do controle do Afeganistão pelo grupo extremista Talibã. “Eu mantenho com firmeza minha posição”, reforçou Biden em discurso nesta segunda-feira (16).
No pronunciamento, transmitido pela TV a partir da Casa Branca, Biden reconheceu que o avanço do Talibã pegou de surpresa o governo americano. Cumprindo um plano que se iniciou ainda no governo Donald Trump, os EUA iniciaram neste ano a retirada dos militares americanos que estavam há 20 anos em solo afegão. Com a saída dos americanos, o Talibã ganhou terreno sobre as forças oficialistas apoiadas por Washington até que, neste fim de semana, o grupo extremissa Cabul, a capital afegã.
Mesmo assim, Biden defendeu a saída dos militares americanos e, indiretamente, criticou a falta de reação das forças oficiais afegãs diante da ofensiva Talibã. Afinal, a opinião pública dos EUA era favorável à retirada das tropas, medida apoiada tanto por políticos democratas quanto republicanos nos últimos anos. “Os EUA não podem participar e morrer em uma guerra em que nem o próprio Afeganistão está disposto a lutar”, disse Biden.
Além disso, no pronunciamento, Biden defendeu que os EUA conseguiram retirar o risco do grupo terrorista Al-Qaeda, que era aliado do Talibã e esteve por trás dos atentados de 11 de setembro de 2001. Segundo o presidente dos EUA, o foco da missão americana nunca foi “construir uma nova nação” no Afeganistão, e sim reduzir o risco do terrorismo, o que contrasta com o que George W. Bush, republicano que ocupava a Casa Branca em 2001, admitiu em relação à invasão ao país asiático.
Por – Sara Zeba/CidadeAgoraNews